sábado, novembro 19, 2011

Aplicações em Odontologia e seus riscos

  Pesquisas antropológicas e arqueológicas mostram que nas comunidades primitivas havia preocupação com a substituição de elementos dentários perdidos. Foi encontrada uma mandíbula Maia dos anos 600 que continha três pequenos fragmentos de coral substituindo os dentes incisivos inferiores. Através de exames radiográficos, observou-se a formação de osso compacto ao redor desses fragmentos. Assim, estes foram considerados os implantes aloplásticos mais antigos colocados com sucesso em uma pessoa viva no mundo. Isso aponta para quanto é antiga a prática de se colocar materiais com desconhecida interação biológica na intimidade dos tecidos bucais, para substituição de dentes perdidos. Tal prática perdurou por toda a Idade Média e Idade Contemporânea.
  No mundo atual, as descobertas científicas são rapidamente introduzidas e absorvidas pela prática clínica. Diariamente, novos produtos são lançados na odontologia, entrando já em contato direto com tecidos vivos, como a dentina, a polpa, o osso alveolar e tecido periodontal, permanecendo, algumas vezes, a longo prazo.
  Generalizando, biomaterial é definido como qualquer material farmacologicamente inerte capaz de interagir com um organismo vivo, não induzindo reações adversas no sítio de implantação ou mesmo sistematicamente.    A aplicação de biomateriais odontológicos sobre os tecidos gengivais, mucosas e tecidos duros constitui um risco terapêutico que pode ser controlado somente por meio do conhecimento das características, concentrações e propriedades dos produtos, por parte do profissional.
O uso de biomateriais sem critérios de biossegurança estabelecidos, além de gerar problemas clínicos como o insucesso terapêutico, cria situações de conflito ético. Isso porque o paciente pode ser submetido a uma terapia sem o conhecimento dos riscos advindos, tanto por sua parte como do próprio profissional.

Referências:


Modafforre PM, Crosato E. Avaliação da documentação dos implantodontistas do Estado de São Paulo. RBP Rev Bras Implantodont Prótese Implant. 2004;11:233-40.

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